Quando menina eu imaginava tons de rosa e criava amanheceres. O horizonte era imenso: eu dominava os receios com a coragem da minha palavra clara.
Quando menina havia incômodos, não dores; contratempos, não obstáculos. Tudo era fulgurante. Intenso, claro.
Recolhi a menina por breve tempo e assentei-a levemente sobre os escritos do que não dizia. A ternura sobre a cor desbotada da escrita conservou-a – borrão vivo.
Hoje experimento pousar nessa superfície - com a menina aprendi a desconhecer suspiros.
Sonia Regina
13.3.10