Numa certa casa
Sonia Regina
Morei aí; entre os muros dessa casa fui feliz. Olho portão adentro – o sinal fechado - a procurar não sei o quê. Em nada me reconheço, nem em ninguém: não é mais meu lugar.
Estremeço quando o vejo sentado a um canto, sorumbático, só. Ninguém a ele se dirige, também não é lá o seu lugar. Pasma, nele reconheço antigas feições agora envelhecidas, desatualizadas, irrealizadas. Chamo-o, digo-lhe que me faz falta neste vagar cigano. Ele não vem. Mas já sei onde está.
Não o procurava e o encontrei. Buzinam, preciso ir. E tenho hora.
Sigo. Na lagoa vejo-me sentada à beira, desenhando-a com carvão. Um flash de um momento antigo. O passado retorna, quando em vez, principalmente a horas de véspera e ao ar livre. Cai da memória, tornado lembrança.
E o futuro... Bem, amanhã volto para buscá-lo.
Sonia Regina
Morei aí; entre os muros dessa casa fui feliz. Olho portão adentro – o sinal fechado - a procurar não sei o quê. Em nada me reconheço, nem em ninguém: não é mais meu lugar.
Estremeço quando o vejo sentado a um canto, sorumbático, só. Ninguém a ele se dirige, também não é lá o seu lugar. Pasma, nele reconheço antigas feições agora envelhecidas, desatualizadas, irrealizadas. Chamo-o, digo-lhe que me faz falta neste vagar cigano. Ele não vem. Mas já sei onde está.
Não o procurava e o encontrei. Buzinam, preciso ir. E tenho hora.
Sigo. Na lagoa vejo-me sentada à beira, desenhando-a com carvão. Um flash de um momento antigo. O passado retorna, quando em vez, principalmente a horas de véspera e ao ar livre. Cai da memória, tornado lembrança.
E o futuro... Bem, amanhã volto para buscá-lo.