Mulher: um eixo feminino
Sonia Regina
Eternas curvas em movimento, uma mulher. Um erro de perspectiva identificá-las unicamente com belos corpos sinuosos, ágeis comunicadores, doadores em potencial.
Em circulares movimentos, elípticas atitudes denotam um ser que se curva sem perder a majestade e escolhe os caminhos - com precisão - enquanto transita por carícias e realizações.
Brejeiros os sorrisos que iluminam o manancial que sugere - e mesmo convida, para - mergulhos profundos, sem entretanto assegurarem lugar no banquete que prepara, como um rito.
Há que ser cortejada, além de seduzida. Há que ser conquistada, após descoberta. Há que ser cultivada, ainda que se tenha aberto em flor.
Longos e densos carinhos a provocam e causam, e com eles voa, entre afetos e emoções. Mas aterriza, e é com propriedade que dirige seu eixo. Feminino.
Feminino movimento sem ensaios, táticas ou estratégias. Eixo que se organiza, simplesmente. Em curvas. Parábolas. Elipses sucessivas que percorre, em eterna espiral. Ainda que com jornadas similares é, contudo, sem retornar ao mesmo ponto, que o faz.
8.3.04, pelo dia internacional da mulher