Asteriscos - 22 a 33
*22 - singular, a dicção da cidade musica o tempo do silêncio.
*23 - no paradoxo, a saída: o poema sem medo de maravilhar-se.
*24 - fantasmas são fantasmas, não viram carne; uma mulher não é decifrável: a perplexidade e o espanto abandonam o espelho.
*25 – fonte: imóvel na perplexidade, líquida inexperiência frente ao abismo.
*26 - O poema sedento de sentido queimou como o capim no alto da colina - claridade intensa e breve.
*27 - a nascente tornada poço: água estagnada que, por não fluir contínua e gradualmente, deixou de preencher os espaços vazios e o silêncio.
*28 - o relâmpago nestes dias não cavalga só trovões, avança pelo céu em comoção extrema e escreve com lágrimas o mistério do repouso do sol.
*29 - o vento, com suavidade penetrante como a madeira em suas raízes, invade a alma de leveza.
*30 - Na possibilidade da fratura da paisagem a implícita reunião das águas, da luz e da sombra.
*31 - na mão do pescador, o sussurro do mar.
*32 - A tarde segue a reboque da manhã, a angústia à frente do esquecimento.
*33 - A escritura bloqueia o anonimato, citações sem aspas perdem-se: arrefece a força do texto que não se presta a enxugamentos.
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*22, *23, *24 - [sonia regina. Em no fluir das metonímias, pg. 3]
*25, *26, *27 – [sonia regina. Em Entre a pena e o papiro, pg. 4]
*28 - [sonia regina. Em pela leveza e empatia, pg. 4]
*29, *30 - [sonia regina. Em leveza, pg. 4]
*31 - [sonia regina. Em um brinde em Barra do Corumbê, pg. 5]
*32, *33 - [sonia regina. Em Despedimento, pg. 5]