*12 - É preciso tratar a língua, desacostumá-la da escuta do idioma de palavras gastas; é preciso que a voz toque de leve – roce - o selvagem na plantação, na caçada.
*13. É preciso acariciar os signos da navegação pela fábula para que o corpo seja casa, voe na asa e o gosto festeje - fora do discurso - o que falta.
*14 - O céu se estica para além das esquadrias, vozes têm dono além dos fios e, o mundo, não cabe nessa janela à beira-campo.
*15 - O circo do sol traça o vôo, toca a asa ao deus-dará e a tristeza se fecha – quieta - à espera de outra deixa: que não virá.
* 16 - Contrapesa o acaso, mira a âncora lançada à boca do rio, nua de barco. Sem tato é lastro à deriva, turbilhão de pássaros na elipse de dia rápido, visível, físico.
*17 – Sente, o movimento voa no arco da memória sobre o rumor do pranto transfigurado, ária sem idioma ou pátria.
*18 - A reintegração da hipérbole oscila, já, da espuma ao canto.
*19 - Numa respiração profunda o encanto do território flui na paixão d’água: redonda excentricidade transforma a solidão em parábola de terra revigorada, mina, fonte despida de fogo fátuo.
* 20 - O círculo é fato na eternidade que arde: amor manifesto, esfera de calor infinito.
*21 - Na praia que beija a casa, a área onde se inscreve e desenha - certa e exata - a circunferência primária.
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*12 e * 13 - [sonia regina. Em lalíngua, pg. 3]
*14 - [sonia regina. Em tucano beiradeiro, pg. 3]
*15 - [sonia regina. Em deixa, pg. 3]