Seca
Sonia Regina
Um deus desmanchado em opacidades nos expulsa dos edifícios quando o vale tenta exercitar o verde.
Ao brotar da aurora pessoas caminham pelo leito seco dos rios, no silêncio da chuva nenhum desafogo para as súplicas vãs. Seres diurnos avançam entre o burburinho das rezas como se descessem pela claridade. Nada interroga a alvura, são mornos os primeiros vestígios da manhã clara no canto desesperançado dos pássaros.
As cores despertam empoeiradas, nenhuma janela se mantém fechada.
Também nestes dias em que a grama cresce como os sonhos dos rochedos sedentos, eu pertenço aos poços profundos que não suplicam, águas que não dormem jamais.
[28.7.09]
Sonia Regina
Um deus desmanchado em opacidades nos expulsa dos edifícios quando o vale tenta exercitar o verde.
Ao brotar da aurora pessoas caminham pelo leito seco dos rios, no silêncio da chuva nenhum desafogo para as súplicas vãs. Seres diurnos avançam entre o burburinho das rezas como se descessem pela claridade. Nada interroga a alvura, são mornos os primeiros vestígios da manhã clara no canto desesperançado dos pássaros.
As cores despertam empoeiradas, nenhuma janela se mantém fechada.
Também nestes dias em que a grama cresce como os sonhos dos rochedos sedentos, eu pertenço aos poços profundos que não suplicam, águas que não dormem jamais.
[28.7.09]