Condensação
Sonia Regina
Algumas nuvens ela trouxera no colo, montanha abaixo. Aquele hálito de água em suspensão tinha acirrado a sede, que se alastrava. Uma secura aderira ao corpo salgado, ainda desconhecido dos dedos em que seus cabelos molhados se enrolavam nos sonhos.
A poesia suspendeu os versos cedidos à força anímica de uma irrealidade de afetos ativos. O físico somente tornaria poema as paixões e intensidades que fizessem acontecer os sentidos.
As águas da escritura se evadiam num fio, pela página, quando sua boca conheceu a dele. Sorrisos resolutos libertaram a liquidez e ela, aquecida, condensou.
29.3.09
Sonia Regina
Algumas nuvens ela trouxera no colo, montanha abaixo. Aquele hálito de água em suspensão tinha acirrado a sede, que se alastrava. Uma secura aderira ao corpo salgado, ainda desconhecido dos dedos em que seus cabelos molhados se enrolavam nos sonhos.
A poesia suspendeu os versos cedidos à força anímica de uma irrealidade de afetos ativos. O físico somente tornaria poema as paixões e intensidades que fizessem acontecer os sentidos.
As águas da escritura se evadiam num fio, pela página, quando sua boca conheceu a dele. Sorrisos resolutos libertaram a liquidez e ela, aquecida, condensou.
29.3.09