Num estado de fusão, o poder da palavra
Sonia Regina
Minhas pegadas na areia dizem que passei por lá, mas não dizem de mim. Nem daquele instante. Tampouco diriam as minhas passadas na cidade, caso ficassem marcadas nas calçadas, ou o som dos meus passos.
Não me reduzem ou ampliam, são mais que um símbolo único ou perene, pois remetem a outros. Sua força poética não me atordoa, acolhe-me selvagem como as árvores de um bosque, insubordinadas como não o são as árvores plantadas numa aléia.
Somos um poema em construção, um vigor desencapado de meiguice, a fúria contida na energia pura que pode aproximar, ou afastar.
Sem limites a não ser a quebra da seqüência, o que nos domina é o ritmo. Nele e na imagem o poder das palavras disponíveis e livres, terras sem fronteiras que têm em algum ponto uma beira, como a areia e o mar.
Ouvi-lo sem tocá-lo é saber do litoral que nos une, ou separa. O poder num estado de fusão, tamanha a quietude geradora em que surgem as letras, num momento secreto e íntimo.
Sonia Regina
Minhas pegadas na areia dizem que passei por lá, mas não dizem de mim. Nem daquele instante. Tampouco diriam as minhas passadas na cidade, caso ficassem marcadas nas calçadas, ou o som dos meus passos.
Não me reduzem ou ampliam, são mais que um símbolo único ou perene, pois remetem a outros. Sua força poética não me atordoa, acolhe-me selvagem como as árvores de um bosque, insubordinadas como não o são as árvores plantadas numa aléia.
Somos um poema em construção, um vigor desencapado de meiguice, a fúria contida na energia pura que pode aproximar, ou afastar.
Sem limites a não ser a quebra da seqüência, o que nos domina é o ritmo. Nele e na imagem o poder das palavras disponíveis e livres, terras sem fronteiras que têm em algum ponto uma beira, como a areia e o mar.
Ouvi-lo sem tocá-lo é saber do litoral que nos une, ou separa. O poder num estado de fusão, tamanha a quietude geradora em que surgem as letras, num momento secreto e íntimo.