online. Grata pela visita e leitura da minha prosa. Sonia Regina. prosa, somente prosa: No azul das luzes guardiãs - Sonia Regina

No azul das luzes guardiãs - Sonia Regina

No azul das luzes guardiãs

Sonia Regina


ao José Antonio Gonçalves [JAG], in memorian




Há quatro anos conheci, no mar, o azul das luzes guardiãs. Foi na tua ilha, onde me guardaste ao me esperares, em silencio, esconder a dor que me saltava dos olhos.

Hesitaste, poeta, e não foram as tuas palavras, senão teu olhar amigo e compassivo, o que me acolheu o receio e o lamento. Foram-se, no café em que nos tornamos naquela manhã, a mover o segredo da morte que se anunciara alheia a nós, mas tão próxima. Até que aquela sombra se foi, ajeitando-se entre as margens sutis do imponderável e somente deixando a lembrança da aflição.

Pensei que estivesse já diluída no oceano quando dois anos depois retornou, na onda vigorosa que te derrubou o corpo. Fiquei muito tempo me perguntando onde estava o azul, naquele momento, e porque não te guardou.

Penso se é nele que está a tua essência, luz guardiã dos que poetam azul por aí.

 

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©2010 Sonia Regina